Histórico do projeto
Concepção
Monitorando a Cidade iniciou no final de 2013 como projeto do Centro de Mídia Cívica no MIT Media Lab. O interesse inicial era compreender como a tecnologia podia apoiar o cidadão em processos de controle social e acompanhamento de promessas políticas. Em parceria com a Rede Nossa São Paulo e o Escritório de Prioridades Estratégicas de Minas Gerais, a equipe de Mídia Cívica fez o desenho inicial da iniciativa por meio de oficinas em Belo Horizonte e São Paulo com líderes comunitários e conselheiros participativos.
Durante as oficinas, participantes compartilharam suas experiências com a mobilização social no nível local, discutiram a relevância (ou não) das promessas políticas da Prefeitura em suas cidades, e testaram uma ferramenta existente de coleta de dados para acompanhar temas de de interesse nos seus bairros.
Desenvolvimento e pilotagem colaborativo
Interessada no potencial do uso de dados cidadãos para accountability mas frustrada com a complexidade das ferramentas existentes, a equipe do Mídia Cívica decidiu desenvolver uma nova plataforma para facilitar a criação e gestão de campanhas de coleta colaborativa de dados voltada para um público sem muito conhecimento técnico.
Ao longo do 2014 foram realizadas várias oficinas com membros da Rede Nossa São Paulo para testar e refinar a plataforma Monitorando a Cidade.
Depois do lançamento da primeira versão do Monitorando em 2015, a equipe realizou oficinas em 9 cidades do Brasil com organizações componentes da Rede Brasileira de Cidades Justas e Sustentáveis que, naquele momento, estavam se organizando para melhorar temas de infraestrutura e serviços públicos nas suas cidades. O objetivo era de fazer um projeto piloto que aplicasse a metodologia e plataforma tecnológica do Monitorando e também incorporasse o feedback diretamente de usuários no campo.
Nessas oficinas as organizações convidaram moradores, líderes locais, representantes do governo e de instituições locais para escolherem temas de interesse, desenvolverem campanhas de coleta de informações, testarem a coleta de dados na cidade, discutirem os resultados e pensarem sobre estratégias de solução dos desafios identificados. Buscava-se que as ideias e sugestões originadas nas oficinas e campanhas-piloto fossem integradas na ferramenta e no guia de facilitação que documentava os passos do processo da metodologia Monitorando.
Leia mais sobre as atividades dess fase nos posts aqui.
Acompanhamento e avaliação
Já com a plataforma no ar, a próxima etapa se deu em compreender se, ou como, os grupos da sociedade civil usariam a plataforma por conta própria. Em 2016, o grupo do Mídia Cívica aliu-se à Humanitas360 e ao CoLaboratório de Desenvolvimento e Participação da Universidade de São Paulo para acompanhar alguns grupos que estavam implementando o Monitorando e aprender com seus projetos, metodologias, e impactos.
O time acompanhou as campanhas de monitoramento da merenda escolar implementadas pelo Movimento Pacto Estudantil Pela Educação no Pará e Projeto SOL em Santarém; pelo Laboratório de Inovação e Controle no Setor Público da Universidade Federal do Pará (LAIC/UFPA), o Observatório Social de Belém, e a Controladoria Geral da União no Pará; e pelo Ministério Público do Pará em Ponta de Pedras.
Leia mais sobre as campanhas desses parceiros aqui.
Durante essa segunda fase do projeto, tivemos a oportunidade de juntar essa rede de atores de cidades, estados, países diferentes para compartilhar experiências, estratégias e visões sobre o uso do Monitorando e o controle social em geral.
Os trabalhos, aprendizados e modelos desse grupo inicial serviram como exemplo para outros grupos como a Controladoria Geral do Distrito Federal e Controladoria Geral da União que tem escalado e criado novas iniciativas que integram o Monitorando a Cidade em processos de controle social em diferentes estados do Brasil.
Leia mais sobre as atividades dessa fase nos posts aqui.
Uma nova casa para o projeto no Brasil
Do grupo de parceiros ativos na segunda fase do projeto, nasceu o primeiro Conselho de Governança que hoje em dia guia as prioridades técnicas e apoia a divulgação e novos usos da plataforma.
Junto com a gestão mais colaborativa do projeto, se confirmou a importância de ter a sede do Monitorando no Brasil, mais próxima dos usuários e de seu contexto do uso. Em 2018, o projeto saiu do guarda-chuva do Civic-MIT e passou a ter sede oficial no COLAB-USP. Hoje em dia, a plataforma está nos servidores da USP com acompanhamento e troca ativa entre os atores da academia, sociedade civil e órgãos de controle que compõem o Conselho e os novos implementadores do projeto.
Estamos muito empolgados para continuar apoiando e aprendendo a partir dos usos do Monitorando e para pensar juntos como fortalecer a cultura e prática de processos colaborativos de controle social.
Conselho de governança